quinta-feira, 22 de julho de 2010

Fascículo 4: Organização e Uso da Biblioteca Escolar e das Salas de Leituras.

Organização e Uso da Biblioteca Escolar e das Salas de Leituras

Neste fascículo vamos refletir, especialmente, sobre a importância da Biblioteca escolar ou da sala de leitura, apontando elementos relacionados à sua organização e possibilidades de uso.
Analisaremos também diferentes modalidades de leitura e a fundamental mediação do(a) professor(a) ao longo desse processo. Além disso, discutiremos a relevância do Dicionário como aliado no dia-a-dia da sala de aula.
Várias razões nos fizeram pensar em construir este material, voltado para a organização e o uso da biblioteca escolar, salas de leitura ou mesmo um
cantinho de leitura na sua escola.
Vivemos em uma sociedade imersa em letras e imagens.
A pessoa que ainda lê com dificuldade e não consegue estabelecer relações entre os sentidos do texto e o mundo à sua volta encontra sérios impedimentos para
tomar parte dos eventos sociais que envolvem oletramento e para usufruir os bens culturais — por direito, de todos. Verifica-se, então, a grande
necessidade de formarmos alunos leitores e produtores
de textos, motivo pelo qual a leitura precisa ocupar
lugar central no currículo escolar das séries iniciais.

Vale ressaltar que a organização do tempo escolar é essencial para o bom andamento do ensino-aprendizado. Uma rotina de trabalho bem orientada auxilia o professor na concretização dos seus objetivos. É importante salientar que a leitura e a escrita são fatores imprescindíveis para a formação e emancipação do sujeito. A leitura por si só contribui ricamente para o trabalho pedagógico, isso acontece também com as brincadeiras, jogos e projetos, como foi possível analisar em depoimentos e na própria prática das cursistas. Entretanto qualquer atividade a ser desenvolvida deve ser precedida de planejamento, com objetivos pré definidos e estratégias próprias que a torne significativa, uma vez que o emprego da leitura e escrita em práticas sociais, com compreensão e sentido nos remete outra vez ao conceito de letramento. A prática de leitura e escrita sem objetivos utilizados para preencher tempo, tem riscos e comprometem o estímulo, a leitura prazerosa e o próprio conteúdo, que deixa de ser totalmente aproveitado, muitas vezes pela inobservância de um plano prévio.
São imensas as contribuições do planejamento para a prática pedagógica, sendo importante que obedeça a uma rotina e seja flexível, é essencial que as ações orientadas de leitura e escrita ocupem lugar de destaque pelos benefícios ao aprendizado, favorecendo a articulação entre conteúdos em um ensino interdisciplinar, e a formação da criticidade. A organização do tempo de que dispõem os professores, são facilitados pela ordenação de ações pensadas com antecedência, preparação do material, elencando valores, procedimentos e conteúdos que serão empregados para se chegar aos objetivos estabelecidos. Neste contexto o tempo da leitura e da escrita, que possuem uma grande diversidade, enriquece e valoriza o trabalho. O planejamento é suscetível a mudanças, se porventura, a prática pedagógica não estiver produzindo resultados satisfatórios, podendo a qualquer momento ser reorganizado para garantir a qualidade do ensino.

ATIVIDADE DE ANÁLISE
Ordem alfabética e definições
Trazer para a sala de aula mais de um exemplar de dicionário, de preferência
um por grupo. Propor exercícios de observação, por meio dos quais podemos
constatar alguns princípios de sua organização: ordem alfabética, verbos no
infinitivo, adjetivos não-flexionados. Algumas vezes os dicionários trazem
informações sobre a origem e a evolução da palavra, ou seja, a sua
etimologia, que pode ser explorada. Há também algumas abreviaturas que,
para um leitor pouco experiente, podem causar confusões ou mesmo
desânimo. Por exemplo: s.m. (abreviatura de singular, masculino), Bras. gir.
(Brasil, gíria). De início, é importante fixarmos essas noções, visando a um
melhor aproveitamento de sua consulta. É importante também mostrar ao
aluno que muitos dicionários trazem uma lista que explica as abreviações
utilizadas. A nossa sugestão é que haja atividades variadas e instigantes para
esses exercícios de observação, tais como destacar um determinado verbete
e refletir sobre as diversas informações ali presentes: etimologia, abreviaturas,
dentre outros.

Produção de um dicionário da classe
Depois de observarmos cuidadosamente a apresentação dos textos nos
dicionários, que tal criarmos um dicionário da turma, com os nomes das
crianças, relacionado-os em ordem alfabética? A turma poderia propor
descrições de natureza física e afetiva sobre os colegas para compor as
definições, por exemplo, incorporando etimologia, abreviações e outros
conceitos importantes.

Ordem alfabética dos nomes
Cada aluno escreve em um papel o nome de outro aluno da classe, aquele que
vem logo depois do seu na lista de chamada, sendo que o último da chamada
ficará encarregado de escrever o nome do primeiro. O(a) professor(a)
embaralha todos os nomes e depois solicita que os alunos coloquem os papéis
em ordem alfabética, colando-os numa cartolina para serem visualizados por
todos. Você tanto pode trabalhar com nomes inteiros, quanto com o primeiro ou
o último nome, e assim, com estas alternativas, pode repetir o jogo algumas
vezes, de maneira diferente.

Jogo de adivinhação:
Cada grupo consulta o dicionário e escolhe uma palavra de uso pouco
freqüente. Em seguida, registra no caderno uma definição extraída do
dicionário e uma outra inventada pelo grupo. Então, um grupo lê as duas
definições para o outro, que deve dizer qual a definição real e qual a
inventada. Afinal, além de consolidar os conceitos trabalhados, os jogos
podem tornar as aulas mais alegres e descontraídas.

Jogo do começo
O (a) professor(a) leva para a classe diversos textos — anúncios, jornais,
cartazes e capas de revistas — e solicita aos alunos que encontrem as palavra
que começam com a letra A. Os alunos copiam as palavras começadas por A
no caderno e depois colocam em ordem alfabética. Em seguida, o(a)
professor(a) pede para encontrarem palavras que começam com a letra M,
por exemplo, e assim sucessivamente até completar todo o alfabeto.

Campeonato de palavras ou caça-palavras
O (a) professor(a) distribui diversos textos para os alunos, divididos em grupos,
e solicita que eles circulem todas as palavras difíceis. Em seguida,
cada grupo
vai anotar os vários significados propostos para cada uma das palavras
circuladas. Depois, os grupos voltam aos textos para discutir qual o significado
que se aproxima do contexto em que a palavra foi utilizada. Se houver
discordâncias, o problema será resolvido numa plenária maior, com a
participação de toda a classe.

Stop modificado
O aluno divide uma folha de papel em branco, em colunas verticais com os
seguintes nomes: flores, cores, frutas, meninos, meninas, cidades, carros, etc.
Essa atividade também pode ser feita coletivamente no quadro-negro desde o
princípio ou no final para visualizar o resultado geral. Em seguida, o(a)
professor(a) sorteia uma letra do alfabeto e dá um tempo para cada aluno
pensar e escrever (5 minutos para cada letra sorteada), por exemplo a letra A:
Amor-perfeito (flor), Amarelo (cor), Abacate (fruta), Amauri (menino), Amélia
(menina), Adamantina (cidade) e Alfa Romeu (carro). Quem não conseguir
encontrar algum nome começado com A, deixa o local em branco. No final da
atividade, cada um soma sua pontuação (pode estipular 5 pontos para os
nomes repetidos e 10 pontos para os nomes que não se repetem na folha de
outros colegas). Depois de tudo finalizado, os alunos podem juntar todas as
folhas individuais e, juntos, organizarem todos os nomes encontrados em
ordem alfabética num grande mural, feito com papel manilha.


Revisão e reescrita de texto
No momento dedicado ao aperfeiçoamento do texto, podemos dividir a turma
em grupos e distribuir uma produção diferente para cada um. Um código
acertado com a turma — um círculo, por exemplo — indicaria incorreção
ortográfica nos textos analisados previamente pelo(a) professor(a). Os grupos
teriam um tempo estipulado para conferir a ortografia das palavras circuladas
no dicionário e reescrever os textos, focalizando o seu aprimoramento.

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